
Assim que começei a pensar no tema 'motivação', cuja palavra significa exactamente mover e acção, saltou-me da memória a maratona dos jogos olímpicos de Los Angeles, em que Carlos Lopes conquistou o ouro e Rosa Mota o bronze, mas não foi a imagem deles que me veio à cabeça. Foi, sim, a da suiça Gabriele Andersen Schiess, ficou bem lá para trás e percorreu os últimos 400 metros a cambalear ao ritmo da desidratação que levava no corpo e da fé que levava no coração. Chegou praticamente 30 minutos depois da primeira, e classificou-se, acho, em trigésimo sétimo lugar. Aplaudiram-na com o mesmo entusiasmo com que viram a Americana Joan Benoit chegar primeiro. Afinal não são as duas campeãs ? E os objectivos tem de ser todos gloriosamente grandiosos ? Subejectividade, uma palavra que ganha um peso enorme. Afinal, cada um de nós tem os seus valores, tem os seus sonhos para atingir, tem o seu grau de persistencia. Tal como a motivação. Existem pessoas tendencialmente pessimistas, que se movem por obrigação. Ou seja, aquela motivação que faz com que alguém se levante da cama para chegar a horas ao trabalho, pois temia o discurso do chefe e as consequencias negativas. Esta é a motivação da fuga, a que nos move a agir perante o medo dos efeitos negativos. Mas depois, existem outras pessoas tendencialmente optimistas, que se movem rumo a um objectivo, com aquela paixão que faz saltar da cama e devorar o dia. Esta é a motivação do prazer. A que nos leva a agir para fugir do sofrimento e a que nos leva a agir para nos aproximarmos do sonho. Mas ambas fazem parte de nós e ambas são necessárias.
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